quarta-feira, 21 de abril de 2010

INTRODUÇÃO
“Aquele que morre por sua pátria, serve-a mais em um só dia que os outros em toda a vida” – Péricles
A guerrilha do Araguaia foi uma tentativa armada do Partido Comunista do Brasil (PC do B) de
tomada do poder, visando a implantação do regime comunista no nosso país. Já conta com
literatura razoável disponível inclusive na Grande Rede, em diversos portais.
Não se conformando com a decisão do PCB (Partido Comunista Brasileiro) de não adotar a
luta armada, Carlos Marighela, João Amazonas, Maurício Grabois, Ângelo Arroio e muitos
outros, declararam-se desfiliados, efetuando o grande racha de 1962, ocasião em que criaram
o PC do B (Partido Comunista do Brasil), afirmando a opção pela luta armada. Ressalto: em
1962, pleno governo Jango.
Desde 1952 que Marighela já vinha freqüentando cursos na Academia Militar de Pequim. Com
a revolução de 1959 em Cuba, seguida da ignominiosa traição de Fidel Castro transformandoa,
após vitoriosa, em revolução comunista, deu forte alento às esperanças dos comunistas
brasileiros, sempre derrotados nas inúmeras tentativas que realizaram. É bom notar que desde
a frustrada tentativa de 1935 os comunistas vinham sendo tolhidos em suas ações violentas
por Vargas, um período de governo forte, de pulso, para poder enfrentar o fanatismo dos
vermelhos.
O PC do B, porém, não perdeu tempo, não sossegou, enviou dezenas de militantes para os
países comunistas tratando da formação de quadros para o início da luta armada, aproveitando
a tolerância do período de governos eleitos pelo povo, governos democráticos. No início de
1964, antes da Revolução de 31 de Março, a maioria dos elementos que formaria a cúpula do
grupo militar da guerrilha do Araguaia, como o “Velho Mário” escreveu, os melhores, desde
André Grabois, Divino Ferreira de Sousa e mais onze militantes, estavam em Cuba e na China
fazendo cursos militares, com objetivo de ações terroristas.
No final, na realidade, a guerrilha não passou de uma aventura, de uma demonstração de
enorme desprezo pela vida humana, de covardia, irresponsabilidade e traição por parte da
cúpula do Partido, como ficará constatado pelo desfecho da luta, que eles, os chefes
comunistas aboletados nas mordomias de São Paulo, levaram mais de dois anos para
tomarem conhecimento da derrota dos companheiros vergonhosamente abandonados nas
matas do sudeste do Pará.
A partir de 1966 começaram a chegar na região do Araguaia, sendo o Osvaldão um dos
primeiros.
O período das ações que vamos tratar mais objetivamente é de abril de 1972, quando a área
da guerrilha foi descoberta, a fevereiro de 1974, quando ela foi derrotada definitivamente.
Logo após a morte de Marighela, em 1969, os Órgãos de Inteligência das Forças Armadas
iniciaram estudos visando selecionar as diversas possibilidades plausíveis para identificar as
áreas de treinamento de guerrilha possíveis, para dar início aos trabalhos de campo. O eixo
Belém-Brasília era um dos mais prováveis, que poderia abranger uma enorme área desde o rio
Xingu, a oeste, passando pelo rio Araguaia e chegando até o rio São Francisco, a leste. De sul
para norte, de Brasília a Belém do Pará. Acertaram em cheio.
Recebi ordem de meu chefe, Coronel João Batista Baère de Araújo (Ch CIE/ADF), para efetuar
incursões de busca de informações ao longo de toda a área. A estrada Belém-Brasília, estrada
pioneira, foi percorrida freqüentemente e estas incursões, em dois anos, nos deram suficientes
indícios de que a área procurada estava nas adjacências de Araguaína e Marabá. Que
indícios? Em nossas andanças pela estrada, entrando em tudo que era cidade, fazendas com
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grande número de trabalhadores, paradas de caminhões, conversando com muita gente,
sentíamos o estado de espírito da população, o que permitia a comparação de dados. Além
dos trabalhos de retificação do traçado da estrada preparatórios para o seu asfaltamento, com
a Rodobras trabalhando febrilmente com grande quantidade de operários, engenheiros de
várias firmas empreiteiras, enorme quantidade de máquinas, estavam em andamento os
trabalhos de reconhecimento para a construção da rede de micro-ondas da Embratel para
Belém, com distribuição de retransmissoras / repetidoras de TV e telefonia, com a aquisição de
terreno para a construção dos prédios das estações e áreas do campo de antenas e que iria
atender a quase todas as cidades do trajeto e as adjacentes. O movimento na vasta região já
era considerável. Eu fiquei conhecido como engenheiro da Embratel, da fiscalização da obra
Por ter acompanhado um meu antigo professor do IME, Coronel Pinto Guedes, na inspeção da
obra da Embratel, Desse modo, com minha equipe, tínhamos acesso facilitado; tornei-me
persona grata na região. Em Porto Franco e Tocantinópolis, porém, começavam as
desconfianças, as restrições.
Já em 1969, travei conhecimento com o médico Murilo Brandão Vilela, meu conterrâneo, que
mantinha uma maternidade em Porto Franco e atendia às duas cidades, uma em cada margem
do rio Tocantins. O dr Murilo gostava de caçar, o que nos aproximou. Clinicava na mesma
maternidade o médico João Carlos Haas Sobrinho, conhecido militante comunista procurado
no sul do país e que desapareceu de lá, reaparecendo, em seguida, em Porto Franco. Mas
logo desapareceu de lá, ninguém sabia para onde teria ido (soubemos depois que tinha ido
para os cursos de terrorismo em Pequim). Desaparecia e voltava; eu perguntava e ninguém
sabia onde ele andava, nem mesmo o dr Murilo. Coisa muito estranha acontecer no nível de
médicos, principalmente num interiorzão daqueles. Até que o General Bandeira, perdendo a
paciência, me deu ordem para prender e levar para Brasília os dois, Murilo e Haas. Convenci o
Gen Bandeira que o dr Murilo nada sabia das atividades políticas do Haas. Quando o Haas
apareceu por lá, o dr Murilo estava assoberbado, trabalhando demais no atendimento médico
da população e não sabia ou não se interessava pelos seus antecedentes políticos. Montaram
uma pequena maternidade e a prisão dos dois iria causar muito sofrimento à população. Mas
quando cheguei lá no rastro do Haas, ele tinha desaparecido (depois soubemos que já estava
no Araguaia). O Gen Bandeira, de certo modo, me culpou por tê-lo deixado escapar. Além do
mais, como iria eu prender o Haas sem ficar “queimado” definitivamente na área? O dr Murilo
chegava a ficar agressivo quando se falava sobre o paradeiro do Haas. “Pera aí dr, eu não
tenho nada com isso, mas em Brasília estamos escutando coisas...”. Ele era amigo e admirador
do Haas, mas eu tinha certeza, que o dr Murilo de nada sabia ou, se sabia, não imaginava a
gravidade das atividades do Haas, inclusive o detalhe que ele tinha curso de treinamento de
guerrilha na China e em Cuba.
Um morador de Porto Franco, muito ligado a políticos e funcionários da Prefeitura da cidade,
em conversa de bar, depois de entornar umas e outras, me revelou que o Haas estava metido
com pessoas muito esquisitas, desconhecidas de todos, gente de pouca conversa, parecendo
pistoleiros. Perguntei para onde ele tinha ido e a resposta foi reveladora: Xambioá e Marabá.
Várias vezes indo a ambas, ninguém sabia do Haas. Como que um médico passa
despercebido naquele fim de mundo, onde a falta de médico é quase total? Impossível. Minhas
insistentes perguntas tornaram-me suspeito por lá, mas eu rebatia que estava trazendo um
recado do dr Murilo para ele.
Não tínhamos dúvida, eu e o João Pedro, membro efetivo da minha equipe, que a área quente
era entre Tocantinópolis, Xambioá e Marabá. E o Haas estaria lá, com toda a certeza.
Em novembro de 1970, o Exército transferiu uma manobra que estava prevista para o Sul do
país, já com verba reservada, e executou uma Operação na área do “bico do papagaio”. Para
mim, eram as manobras Marabá 70, como primeiro foi denominada, onde participei como
observador, livre para atuar onde bem desejasse. Embrenhei-me na mata e conversei com
muitos moradores. Depois, o comandante da esquadrilha de helicópteros do Parasar era um
coronel meu conhecido dos tempos de pára-quedista, permitiu-me voar muito sobre a área,
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descendo em diferentes locais, completando o reconhecimento que eu desejava. Os
fazendeiros e moradores da mata tinham notícias de muita gente esquisita em diversos locais,
fazendo tudo menos atividades agrárias ou semelhantes. No final, eu era capaz de garantir que
eles, os discípulos de Marighela, estavam lá. O problema é que eu não tinha provas concretas,
o argumento principal de convencimento, principalmente no meio militar. Depois que consegui
provas e inadvertidamente queimei junto com a destruição de uma base de apoio deles,
mesmo afirmando verbalmente tudo que vi, os documentos que li e separei, planos de
treinamento militar, não adiantou. Numa chegada a Belém, ao explanar minhas suspeitas, via
rádio, ao Coronel Baère em Brasília, fui mandado direto ao Rio de Janeiro apresentar os
argumentos sobre a guerrilha estar lá próximo a Marabá. Explanei pacientemente tudo numa
reunião no CIE, ressaltando as dificuldades da área: aí, perdi a paciência, dei uma resposta
arrevesada a um coronel que dormiu o tempo todo na reunião e ela foi encerrada bruscamente.
Depois de todo o meu esforço tentando explicar porque achava que eles estavam lá, o tal
coronel dorminhoco acorda e me pergunta a que facção eles pertenciam. “Não tem problema,
coronel, é muito fácil, o sr vai lá e pergunta pra eles”. Perdi mais um round e quase fui preso.
Nunca fui bom na arte de “vender” argumentos, principalmente em reuniões com coronéis
barrigudos. Não lembro se a reunião era presidida pelo Coronel Fiúza ou Coelho Neto.
Mas as buscas continuaram e, em 1971, demos de cara com os terroristas do Molipo (Anexo
IX) ao longo da Belém-Brasília, o que tirou um pouco o foco da busca do local da “grande
área”, vasculhada até então a oeste da estrada. Mas, mesmo assim, a descoberta veio logo em
seguida, facilitada pela deserção de um casal desiludido e revoltado com normas injustas e
impostas aos guerrilheiros, Pedro Albuquerque Neto e Tereza Cristina, como veremos mais
adiante.
Mesmo sem o aparecimento desse casal, sabemos hoje, já havia desconfiança, restrita ao
pessoal do CIE/Rio, do local aproximado onde estava a tal tão almejada “grande área”, por
informes oriundos de São Paulo e que eram engavetados no Rio. No meu entender,
forçosamente a “grande área” teria sido descoberta em 1972; já estava por demais madura...
Pedro Albuquerque (o “Jesuíno”) e José Genoíno (o “Geraldo”), ambos Neto; ambos traidores,
como afirmou inclusive o Presidente do PC do B, João Amazonas Pedroso, ambos até hoje
intrinsecamente ligados aos comunistas internacionais, agora pregando o gramscismo,
ideologia de um Secretário Geral do Partido Comunista italiano posto na cadeia por longo
período como perigoso para a sociedade em que vivia. Um, na política, no Sudeste, dirigindo o
PT, outro como professor universitário em Fortaleza, CE. O da política, enterrado até o pescoço
com problemas na Justiça, no mensalão, com empréstimos irregulares para explicar e mais um
monte de acusações graves, refinada corrupção, é muito útil ao partido da lei de gerson. O
ilustre professor, em Fortaleza, é muito mais útil doutrinando seus infelizes alunos, do que
afastado da militância, taxado de traidor. Estes os motivos por que estão livrando a cara dos
dois.
Estive com ambos em minhas mãos, a mais de cem quilômetros para dentro das matas do
Pará, no comando de uma equipe de cerca de oito militares. É fácil imaginar tudo o que poderia
ter acontecido aos dois. Um, tentando negar que fazia parte do bando, tentando inclusive fugir
e não obedecendo aos tiros de advertência ara o ar, sendo pegado em seguida enredado no
cipoal, poderia facilmente ter sido “feito” legalmente, pois tentou fugir; o outro, já tendo
confessado e cortado os pulsos por medo de ser justiçado pelos próprios companheiros, como
confessou, poderia ter tido o mesmo e merecido destino, contumaz adepto do suicídio, era só
ter-lhe dado uma ajudazinha... No entanto, estão aí os dois “lépidos e fagueiros”, mentindo e
tentando aviltar a Instituição que lhes salvou a vida. Um, reeleito deputado. Outro professor
turista entre Fortaleza e Canadá. Como é bom ser comunista na corriola de larápios do atual
governo...
Diferentes Guerras – Fatos semelhantes
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Ao término da Guerra de Canudos (out/1897), com a destruição dramática do arraial de Antonio
Conselheiro, as discussões tomaram grande espaço da Imprensa e das conversas nos salões
da República nos grandes centros: Antonio Conselheiro e seguidores estavam finalmente
destruídos.
O livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, teve grande impacto, lançado cinco anos depois
de terminada a guerra, com o povo ávido de notícias confiáveis.
Embora as numerosas reportagens e o livro de Euclides da Cunha tenham revelado inúmeros
graves conflitos da época, o mais real, o mais forte, foi, sem dúvida, o do fanatismo dos
seguidores de Antonio Mendes Maciel, que resultou no massacre. O próprio governo deu a
ordem: “Não deixem o Conselheiro escapar...”. Temia-se o ressurgimento do movimento.
Miséria e fanatismo religioso eram assuntos secundários...
Alguns políticos influentes e muitos jornalistas da época tentaram identificar o fanatismo
político, de monarquistas contra republicanos, como a causa da questão. Embora esta
desculpa tenha sido aproveitada mais como justificativa para os grandes gastos oficiais
havidos, o fanatismo religioso foi, sem dúvida, que transformou os miseráveis conselheiristas
em verdadeiros tigres nos sangrentos combates, destruindo sucessivamente os poderosos
contingentes, numerosos e bem armados, mas desmotivados e mal comandados, das diversas
expedições enviadas para destruir Canudos. As armas e a munição da tropa derrotada
alimentava o arsenal dos jagunços.
Os combates entre as forças regulares e os jagunços surpreenderam a todos pela violência e
nas cidades era o assunto mais comentado, criando inclusive loquazes e entusiastas adeptos
urbanos dos objetivos do conselheiro maltrapilho, inculto, boçal.
Os artigos, palestras, e discursos do Coronel Cláudio Moreira Bento, da Academia de História Militar T
(AHMTB), em que me baseei, não deixam a menor dúvida: não viveremos o suficiente para ver a Histó
Brasil contada em termos honestos.
Dada a ordem para a destruição de Canudos, após a 3ª Expedição ser trucidada, havia unanimidade n
reação de Canudos “não era de seres humanos” e, portanto, na voz do chefe da nação, Prudente de M
devia ser destruída e dela não se deixar pedra sobre pedra”.
Canudos era constituída “de comerciantes, agricultores, escravos libertos, foragidos da justiça, mendig
Fanáticos que acreditavam ser Conselheiro um Deus (sebastianistas) e nele confiavam cegamente. Cr
foragidos, desertores do Exército e Polícias Militares e uma quantidade considerável, embora minoria,
comerciais que fingiam acreditar em Conselheiro e cujo real objetivo era negociar e lucrar. O efetivo da
impreciso, que alguns caracterizam como atingindo a marca de dez mil com romeiros das redondezas
grandes festas religiosas.
A liderança nos combates era exercida pelos grupos de bandidos, desertores e comerciantes desones
compunham a população de Canudos acima descrita. João Abade, conhecido chefe de quadrilhas de
como são chamados por lá, nas cidades); de Pajeú, perigoso desertor da Polícia de Pernambuco; do e
desonesto comerciante Antônio Vilanova; de Pedrão, Barnabé, Calixto, João Grande, Chico Ema, Vice
outros fora-da-lei.
A degola e a barbárie começaram de parte dos conselheiristas na destruição da 3a Expedição. Euclide
Os Sertões, relata que os conselheiristas barbarizaram os soldados que lhes caíram em mãos. Matara
a corpo e degolaram muitos que capturaram vivos. Degolaram mortos e vivos e colocaram suas cabeç
estrada enfileiradas de cada lado e com os rostos voltados para o interior, além de que empalaram gra
militares, sendo o coronel Tamarindo num galho de árvore, bem visível. Até o corneteiro teve sua corn
totalmente pelo ânus.
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O que se esperar como reação a este massacre que barbarizou e matou 126 homens, sendo 13 oficia
Exército em 50 soldados da Polícia Militar da Bahia integrantes de uma coluna de 1300 homens?
O coronel Moreira Cezar morto na ocasião e que não chegou a cortar nenhuma cabeça (como era sua
país) e, pelo contrário, teve a cabeça de muitos de seus infelizes comandados cortadas, passou ao fol
qualificado como o corta-cabeças, além de ridicularizado, sem uma oportunidade até hoje, de um julga
isento como o reclamou em vão recentemente seu trineto.
É propalado que de Canudos não escapou ninguém. Todos foram eliminados, a exceção de um númer
velhos, mulheres e crianças. Hoje se sabe que isto não é verdade e que muitos deixaram Canudos ant
E até líderes da reação que morreriam de velhos, indo alguns mais tarde aplicar sua experiência e seu
militares em defesa do Padre Cícero, cercado em Juazeiro em 1910. Existe até relato de conivência hu
soldados da Polícia mandando que conselheiristas em retirada se apressassem a deixar Canudos, poi
estava sendo feito. Outro exemplo é o de João Regis que relatou pessoalmente à imprensa como deix
sua família, sob cerco.
Trechos de artigos de autoria do Coronel Cláudio Moreira Bento, Presidente da Academia de História M
Brasil (AHIMTB), transcrevemos: “No Seminário sobre a Guerra de Canudos no IHGB (Instituto Históric
Brasileiro), foi exposto documento da época em que um chefe militar pedia autorização para incendiar
prevenir a propagação de doenças, face o grande acúmulo nela, particularmente em sua parte central,
avançado estado de decomposição. Na Guerra do Paraguai a cremação de cadáveres de mortos em b
foi empregada para prevenir a propagação de doenças e evitar o exaustivo trabalho de sepultamento d
batalhas.
Conselheiro era anti-republicano em razão de o recém-criado regime republicano haver introduzido o
separado a Igreja do Estado e estatizado os cemitérios que pertenciam a Igreja etc. Seu catolicismo er
radical baseado na sua doentia interpretação da Bíblia. Não possuía nenhuma inspiração ou influência
tempo era vedado a Igreja envolver-se em política. Uma de suas prédicas mostra seu envolvimento po
República, dentro de sua igreja e contrariando orientação da Igreja na Bahia.
“... Falarei sobre assunto que tem sido um assombro e abalo dos fiéis... A República que é um grande
um novo governo acaba de ter seu invento e de seu emprego lançar mão como o meio mais eficaz e p
extermínio da Religião (Católica)... A República é manifesta ofensa à lei de Deus...”.
“Seu catolicismo separatista radical e desobediente a Igreja da Bahia; sua recusa em dialogar com o g
seu investimento no púlpito de sua igreja contra a República e seu ordenamento jurídico e mais a recu
impostos e o fato de ter sido ultrapassado por canudenses bandidos e desertores que praticaram violê
desnecessárias contra tropas do governo, além de profanação de cadáveres, conduzem o analista isen
responsabilizá-lo, expressivamente, pela grande Tragédia de Canudos. Hoje os netos e bisnetos dos q
Exército, 11 polícias militares e muitos soldados para destruir Canudos, “sem deixar pedra sobre pedra
erigir-lhe uma estátua reverenciando Conselheiro. Esqueceram, quando não vilipendiaram, a memória
brasileiros que foram a Canudos para cumprir a delegação unânime de seus avós e bisavós. Esquecer
de reverenciar os mais de 1.000 militares e civis mortos e que lá foram cumprir sua missão constitucion
Péricles, arquiteto da Democracia grega ao declarar “que aqueles que morrem em defesa de sua pátria
ela num só dia que os demais em todas as suas vidas!” Eis um ponto como outros tantos a reflexão. T
o sacrifício supremo dos liderados de Conselheiro. A Sociedade Civil tirou lições do episódio? Canudo
do que no tempo de Conselheiro, até ser inundada mais recentemente.
Valeu o sacrifício? Quem ganhou e quem ainda ganha com esta tragédia ou hecatombe social? Os cin
romancistas, os jornais, a política? São questões reais que ficam no ar e para as quais ainda não temo
adequadas, convincentes. Teria prosperado Canudos se não tivesse sido atacada? Era uma ameaça a
Nacional? Comparando A Guerra de Canudos a um iceberg, até hoje só se conhece a ponta!”
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O revanchismo alcança 100 anos atrás. Sempre que é empregado o Exército, a população se consider
todos inventam os heróis. É sempre assim. Por razões de fundo ideológico, na mídia atual procura-se errada, exatamente como naquela época, de pós-Guerra de Canudos.
Na peça de Júlio Cezar de Shakespeare, Marco Antônio diz a certa altura a Brutus :”As boas obras que
praticam são sepultadas com os seus ossos. No entanto só o mal sobrevive.”
Na Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai), já quase no final, em seu livro “A Retirada
da Laguna”, um dos seus episódios mais dramáticos, Taunay descreve as atrocidades que os
soldados paraguaios cometeram contra os nossos, caçados pela cavalaria, fustigados
diariamente por queimadas, trucidados os doentes de cólera indefesos deixados para trás; a
resistência era a possível, feita no desespero. Embora não tendo o vigor de Os Sertões, A
Retirada da Laguna mostra, porém, o heroísmo dos nossos soldados, a fibra e o amor à Pátria.
Aí, você justificará tudo, ou quase tudo (olho por olho, dente por dente - não deixa de ser uma
lei natural):
“Cerro Corá
Solano López, vestindo alva camisa de cambraia
Calça militar
Galopa em direção à mata, em fuga
Persegue-o Chico Diabo
Mulato esguio,
Com uma lança perfura o ventre de López,
Outro lhe fura a testa com o sabre
Recebe o tiro fatal.
Cheia de ódio, a soldadesca cai sobre o corpo inanimado”.
Assim terminou a Guerra do Paraguai.
Chico Diabo era o Cabo Francisco Gomes Diniz; o último tiro, o tiro fatal, foi dado pelo Soldado João S
Embora nem de longe possamos comparar as campanhas da Guerra do Paraguai e mesmo as
de Canudos com a aventura do Araguaia, podemos estabelecer algumas considerações sobre
o fanatismo, afinal, a característica que mais me impressionou em toda a luta no Araguaia. E
eram dois: o fanatismo religioso e o fanatismo político.
O sentimento religioso primitivo, ou superstição, vem desde o homem pré-histórico; o
sentimento do sagrado, a noção do sobrenatural. Endeusar homens é coisa muito mais recente
e resultou sempre em grandes flagelos, guerras intermináveis, no massacre de milhões de
pessoas de diversos povos e credos. Hitler, Hiroito, Mussolini, Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot,
Fidel, Sadam, etc. são exemplos mais modernos, ainda frescos na nossa lembrança.
Solano Lopez, endeusado pelo povo vizinho, levou a grandes sofrimentos os seus governados;
até hoje eles ainda sofrem as conseqüências.
Quando os dois fanatismos, religioso e político, se juntam, reforçando-se, quando o fanático
político tem nível intelectual muito superior ao do fanático religioso, caso do Araguaia, o
domina. Os poucos moradores que aderiram aos guerrilheiros, cheios de superstições,
crendices e medos do sobrenatural, atribuíram e difundiram qualidades sobrenaturais aos
guerrilheiros, transformaram-nos em santos depois de mortos. Não se rendiam, mesmo na
maior e mais evidente desvantagem, pegos de surpresa; não tinham a menor consideração
pela vida do companheiro ao lado e reagiam, sabendo que o revide seria instantâneo e fatal,
colocando em perigo a vida de todos eles. Osvaldão virava lobisomem; Dina, borboleta; eles
não andavam na mata, flutuavam, levitavam... não deixavam rastros. As covas onde foram
sepultados viraram lugares sagrados, de reza, romarias deprimentes.
O comunista, em seu fanatismo, se aproveita da devoção religiosa do brasileiro inculto para
enganá-lo; é o que estamos cansados de ver, inclusive nas grandes cidades. A longa e
íngreme escada da miséria desesperançada de um futuro melhor completa o quadro.
Passados mais de trinta anos da vergonhosa derrota no Araguaia, eles, os derrotados, ainda
carregam um ódio doentio contra os que lhe deram a anistia e a oportunidade de se
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reajustarem à sociedade. Durante a luta não realizaram um ataque sequer e seus atos
cantados hoje como heróicos foram sempre à traição. Seus sobreviventes descambaram para
o que estamos vendo: corrupção em todos os setores em que se metem, subornos,
assassinatos de correligionários.
O que levou um grupo de brasileiros a decidir pegar em armas, desde 1962, para mais uma
tentativa de comunizar o país, em pleno governo João Goulart? Imbuir-se de idéias comunistas
é permitido pela nossa Democracia, mas querer impingir tais idéias pelas armas é crime.
Na Intentona Comunista de 1935, foram mortos 600 (seiscentos) civis e 33 (trinta e três)
militares. Mais uma vez derrotados, os comunistas demonstraram que nada aprenderam.
No dia 27 de Novembro de 1935, ocorreu o maior ato de traição e covardia já perpetrado na
História do Brasil.
Um grupo de traidores, a soldo de Moscou, tentou implantar, no Brasil, uma ditadura
comunista, por meio de uma luta sangrenta. O levante armado irrompeu em Natal, Recife e Rio
de Janeiro, financiado e determinado pelo Komintern, órgão soviético que pretendia
internacionalizar o comunismo, que considerava a ação violenta como uma promissora
experiência para a implantação do regime comunista em toda a América Latina.
Ao anoitecer do dia 23 de novembro, em Natal, os comunistas conseguem dar início ao
movimento. Apoderaram-se do armamento e munição do Exército e distribuíram-se em grupos
para diversos pontos da cidade. Esses bandos de agitadores engrossavam-se no caminho com
inúmeros adesistas aventureiros, a maioria dos quais nem sabia exatamente do que se tratava.
Investiram contra tudo e todos, cenas jamais vistas de vandalismo e crueldade tiveram lugar.
Casas comerciais e residências particulares foram saqueadas e depredadas. Navios no porto
foram ocupados. Grande número de instalações foram danificadas com selvageria.
Um clima de terror foi estabelecido em toda a cidade. Violações, estupros, pilhagens e roubos
generalizaram-se. Dois cidadãos foram covardemente assassinados sob a acusação de que
estavam ridicularizando o movimento. A população começou a fugir de Natal.
Foi este, em síntese, o início da história vergonhosa da tentativa dos comunistas em tomar o
poder. Foi o exemplo concreto do que pode representar a ao poder de um grupo de
inescrupulosos e dispostos às ações mais bárbaras, seguidos por uma malta de oportunistas e
ignorantes.
Os acontecimentos de Natal precipitaram a eclosão do movimento em Recife. Aí se travou o
mais cruento conflito de todo o levante.
Na manhã do dia 25 de novembro, um sargento, chefiando um grupo de civis, atacou a cadeia
pública de Olinda, ao lado de Recife, PE. Logo depois, o Sargento Gregório Bezerra tentava
apoderar-se do Quartel-General da 7ª Região Militar, ao lado da Praça 13 de Maio, centro do
Recife, assassinando covardemente o Tenente José Sampaio, e ferindo o Tenente Agnaldo
Oliveira de Almeida, antes de ser subjugado e preso.
As forças legalistas já dispunham do apoio de Artilharia e atacam fortemente os comunistas;
havia mais de uma centena de mortos nas fileiras rebeldes.
No dia seguinte, Recife já estava completamente dominada pelas forças e os rebeldes
derrotados.
Notícias confusas e alarmantes dos acontecimentos de Natal e Recife chegavam ao Rio de
Janeiro. Esperava-se uma ação comunista a qualquer momento, sem que se pudesse precisar
onde surgiria, em qual Unidade eclodiria.
Na Escola de Aviação, em Marechal Hermes, os Capitães Agliberto Vieira de Azevedo e
Sócrates Gonçalves da Silva, juntamente com os Tenentes Ivan Ramos Ribeiro e Benedito de
Carvalho assaltaram o Quartel de madrugada, e dominaram a Unidade. Vários oficiais foram
assassinados ainda dormindo. O Capitão Agliberto matou friamente o seu amigo Capitão
Benedito Lopes Bragança que se achava desarmado e indefeso.
Em seguida, os rebeldes passaram a atacar o 1º Regimento de Aviação, cujo comandante era
o Coronel Eduardo Gomes, que, apesar de ferido, iniciou a reação.
Forças da Vila Militar acorreram em apoio ao Regimento e, após algumas horas de violenta
fuzilaria e bombardeio de Artilharia, conseguiram derrotar os rebeldes.
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No 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, acontecimentos mais graves ocorreram. Os
rebeldes, chefiados pelos Capitães Agildo Barata, Álvaro Francisco de Souza e José Leite
Brasil conseguiram, na mesma madrugada, após violenta e mortífera refrega, no interior do
quartel dominar a Unidade. Ao amanhecer, restava apenas um núcleo de resistência legalista,
sitiado no Pavilhão do Comando, onde se encontrava o Coronel Afonso Ferreira, comandante
do Regimento.
Nas últimas horas da madrugada, acionados diretamente pelo Comandante da 1ª Região
Militar, General Eurico Gaspar Dutra, tropas de Infantaria apoiadas por Artilharia, o Batalhão de
Guardas e o 1º Grupo de Obuses, tomaram posição nas proximidades do aquartelamento
rebelado, em frente ao que é hoje o Instituto Benjamin Constante, na Avenida Pasteur e foi
iniciado o bombardeio de Artilharia, enquanto a Infantaria avançava firmemente sobre a
posição inimiga.
Durante toda a manhã do dia 27 desenvolveu-se um duro combate. O edifício do quartel foi
transformado em uma verdadeira fortaleza, defendida pelas metralhadoras dos amotinados que
também ocuparam as elevações vizinhas. As explosões das granadas da Artilharia reduziram a
escombros as velhas paredes que o incêndio do madeiramento carbonizava. A Infantaria
legalista avançou e tomou posição na praça fronteira ao quartel, preparando o ataque final.
Os amotinados tentaram parlamentar com o comando legal, mas foram repelidos em suas
propostas: rendição total incondicional.
Finalmente, às 13 horas e 30 minutos, bandeiras brancas improvisadas foram agitadas nas
janelas do edifício, parcialmente destruído; era a rendição.
A intentona comunista de 1935 no Brasil é apenas um episódio no imenso repertório de crimes
que os comunistas vêm cometendo no mundo inteiro para submeter os povos ao regime
opressor denominado “ditadura do proletariado”, desde o massacre da família real russa, das
execuções na época de Stalin até aos nossos dias. É, indubitavelmente, o domínio da força
bruta, como estamos cansados de ver, o domínio da ignorância. Agora, eles mudaram de
nome: são socialistas. Mas não enganam mais ninguém que tenha um pouco de discernimento.
Em 1964 eles novamente já tinham levado o Brasil ao caos, mas não contavam com a
condenação e reação do povo brasileiro, que foi às ruas exigir a intervenção das Forças
Armadas para conterem a revolução planejada e já em plena execução, com o beneplácito de
Jango, ambicioso e completamente despreparado.
Posto o país em ordem, o governo Castelo Branco iniciou um dos períodos de maior progresso
jamais presenciado no País. Embora muitos políticos tivessem seus objetivos impedidos,
contrariados, o País entrava numa nova fase ordeira e retornando à normalidade. Até que, um
pouco antes do segundo governo militar, o do General Costa e Silva, os comunistas, sempre
eles, se reorganizaram e começaram a fustigar com atentados, assaltos e seqüestros bem
planejados. Agora, eles se diziam lutando pelas liberdades, contra a ditadura, mas o dinheiro
vinha dos países comunistas, ditaduras duríssimas, da União Soviética, da China, da Albânia,
através Cuba.
Assim é que, em jul, um atentado à comitiva do General Costa e Silva, no Aeroporto dos
Guararapes, em Recife, com dois mortos e muitos feridos, abala a índole pacífica dos
brasileiros de bem. Morreram um Almirante e um Jornalista. Entre os inúmeros feridos
gravemente estava o Major do Exército Sylvio Ferreira de Silva, mutilado para sempre.
Devido a um pequeno atraso da comitiva, não aconteceu o pior. E sucedem-se os atentados.
Para conter a escalada da violência o governo é obrigado a reformular o esquema de
segurança, endurecendo as medidas.
Marighela fez cursos de terrorismo na Academia Militar de Pequim, em 1952, aprendendo toda
sorte de maldades para empregar no Brasil contra seu próprio povo. Justamente em 1952 eu
estava sendo declarado Aspirante, após cursar a Academia Militar das Agulhas Negras,
prestando o juramento para defender o Brasil: “... dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria,
cuja honra, integridade e instituições defenderei até com o sacrifício da própria vida”.
Estas são as palavras finais do sagrado juramento à Bandeira que todo cidadão brasileiro faz
ao ser incorporado às Forças Armadas ou ao se tornar apto a combater para defendê-la.
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Gostaria de saber qual o juramento que Marighela, Maurício Grabois, André Grabois, Genoíno,
Dirceu, e outros, fizeram ao término de seus cursos de terrorismo em Cuba e na China...
Mesmo em pleno governo eleito pelo povo, o PC do B enviou grande número de militantes para
Cuba e Pequim, para cursos de terrorismo.
Em 1968, o Presidente Costa e Silva é levado a decretar o AI-5 para poder conter a escalada
da violência, com os terroristas apoiados por alguns intelectuais, alguns congressistas, muitos
professores, inocentes úteis e religiosos da ala festiva da Igreja que insuflavam a violência com
o argumento de que estavam lutando contra a ditadura.
Em 1969, Carlos Lamarca, diante de fortes indícios de desvio de conduta já de conhecimento
de seus superiores hierárquicos, desertou levando 7 militares cooptados e um caminhão
repleto de armas de guerra, com muita munição. Seqüestrou, assaltou banco, matou friamente
muita gente inocente, enfim, um verdadeiro Lampião da subversão, traidor da Pátria. Seu
bando trucidou o Tenente Alberto Mendes Júnior, a coronhadas após ter sido barbaramente
torturado por três dias consecutivos. Lamarca foi morto em 1971, entre Brotas de Macaúbas e
Oliveira dos Brejinhos, no sertão da Bahia, após uma firme e precisa perseguição.
Uma onda de seqüestros, de assaltos a bancos, assassinatos e uma série de diversas
delinqüências se sucediam, sobressaltando a população pacífica e ordeira. No assalto à casa
de Ademar de Barros, os terroristas, hoje já identificados, levaram mais de 2,5 milhões de
dólares.
Nos documentos de Carlos Marighela, morto em São Paulo, em novembro de 1969, teve-se a
primeira alusão à “grande área” de treinamento de guerrilha que estava sendo preparada.
Desde então, análises, estudos, planejamentos, foram elaborados pelos órgãos de inteligência
com o intuito de identificar possíveis áreas.
Durante a luta armada, foram eliminados os bandidos que resistiram à voz de prisão, os maus
brasileiros que optaram por palavras enganadoras de conhecidos e antigos comunistas; quem
não resistiu à voz de prisão foi preso, julgado, cumpriu pena e foi solto. Até mesmo quem
matou à traição e foi condenado à morte, depois amenizada para prisão perpétua, foi solto e
ocupa atualmente cargo de juiz do trabalho...
As raposas velhas do PC do B desviaram os jovens, os iludiram e os abandonaram à própria
sorte nas selvas do Pará, fugindo antes do primeiro tiro e aboletando-se no conforto das
cidades. Nunca trabalharam. É preciso que seja ressaltado tudo isso: eram velhos conhecidos
comunistas, subvencionados por nações infelicitadas por um regime de escravidão total, que
pretendiam nos impingir.
MINHA RELUTÂNCIA
“Vocês sabem que existem os que, combatendo ou só participando no passado de
nossas atividades de garantia da lei e da ordem, pela omissão, por acomodação ou covardia, ou
até por adesão a postulados socialistas oportunos, hoje criticam ações que nunca tiveram
coragem de criticar, olhando nos olhos ou participando suas críticas, formalmente. Alguns até
posaram e posam de heróis, muitos escrevendo ou dando depoimentos sem brilho a título de
"escrever a História" da Revolução de 1964” – Coronel José Luiz Sávio Costa
Relutei

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